A história da natação se confunde com a história da humanidade. Uma história plena de exemplos de heróis, superação e conquistas. Identifique-se nesta narrativa; você, nadador profissional ou amador ou por lazer, faz parte dessa história.
Não seria exagero dizer que os cientistas evolucionistas estão certos de uma ou de outra forma: a humanidade nasceu no mar. A teoria sobre bactérias terem vindo do espaço em meteoritos, caído nos oceanos de milhares e milhares de anos atrás, sofrido efeito de reação química com a água e, daí, ter feito surgir a humanidade explica muitas coisas.
Explica, por exemplo, a enorme paixão com a qual esse esporte envolve os seres humanos, sejam eles praticantes ou não, a mesma paixão que torna nosso site um dos melhores da área porque a Medinas vive natação. Explica a liberdade que muitos assumem no meio líquido; explica a sensação de luta e superação que cadencia cada ato da ser humano, estando no meio líquido ou não.
Natação é isso. E, quando se diz aqui saga de heróis, não precisa ser herói conhecido, com grandes títulos, bela conta bancária e holofotes a sua volta. São heróis do dia a dia, senhores de si, exemplos para si mesmo e para a sociedade que os cerca.
Heróis da História da Natação
Ainda que a teoria acima não se confirme, é possível dizer que a natação está presente no homem desde que o homem passou a ter consciência e noção dos ambientes a sua volta. Conheceu a água talvez instintivamente.
Há estudos de fósseis que indicam que a natação era forma de sobrevivência, inicialmente. Para fugir de predadores, nossos ancestrais se jogavam na água na esperança de que o caçador tivesse receio de fazer o mesmo. Posto que a humanidade sobreviveu até aqui, não obstante todos os perigos da época, parece que estratégia deu certo.
Com a constância do ato, o cérebro foi registrando oportunidades. A natação passou então a ser usada como meio para conseguir alimentação nas águas.
Entretanto, a evolução vertical do esqueleto humano impediu que adquirisse habilidades mais rapidamente ao longo da história e tão intensas como de outros mamíferos e aves.
Por outro lado, justamente essas dificuldades aliadas ao desenvolvimento da inteligência tornam o ato da natação tão atrativo ao humano. Representa, na mente, todas as barreiras que o homem precisou romper e ultrapassar para chegar até este momento de sua existência.
Registros em cavernas de 7000 anos mostram cenas que muito provavelmente se referem à natação. Porém, registros escritos de forma mais compreensiva são de 2000 anos, pouco antes da Era atual.
Milhares de Séculos Depois
… os egípcios, assírios, ameríndios e outros povos descobriram a eficácia da natação no dia a dia árduo de tempos difíceis. Estudiosos dizem que alguns movimentos atuais são herança daqueles povos.
Já para os gregos, a natação foi uma espécie de instrumento de culto à beleza. A percepção de então fez os gregos perceberem que todos os músculos são acionados pelos movimentos natatórios. Notaram que o exercício aquático constante faz desenvolver curvas e protuberâncias musculares que condiziam com a ideia máxima de beleza física no homem de então.
De motivo para culto à beleza a motivo para guerras foi um pulo. A força adquirida pelo praticante de natação passou a ser usada nos combates individuais em batalhas sangrentas.
Não é necessário lembrar que os gregos formaram império. Muitos historiadores assumem que muito daquele império adveio da força corporal proporcionada pela prática de natação, que, a essa altura, já era considerada esporte. Inclusive como competição, cujo troféu eram estátuas levantadas para os vitoriosos.
A natação encantou até filósofos da época. Platão costumava equiparar o homem educado com sua capacidade de nadar.
Para os romanos, a natação era tão importante que fazia parte da grade curricular do estudante. Com o declínio da força bélica romana e de seu império, a natação também foi perdendo poder de atração. O rei francês Luís XIV deu impulso à prática. Chegou a construir piscinas públicas para deleite de seu povo.
Povos com tradição histórica têm natação em grande conta. O imperador japonês Go-Yousei determinou a matéria natação como obrigatoriedade nas escolas de seu país no séc. XVII.
A natação iniciou seu caminho para ser esporte de alcance maior pouco depois dos meados do século XIX. Londres foi escolhida para as primeiras provas.
Inspiração de Lord Byron
Conta-se mito antigo grego sobre Hero e Leandro. Ela, jovem sacerdotisa a serviço da deusa Afrodit. Passava a vida em torre à beira do estreito de Helesponto, hoje conhecido como Dardanelos.
Leandro era jovem grego de Abidos, região oposta a Helesponto. Apaixonado e tendo o romance proibido por regras da época, atravessava o estreito todas as noites a fim de ver sua amada. Por sua vez, Hero ficava à espera segurando uma tocha acesa ao alto da torre, pela qual Leandro se guiava.
Certa noite, o mar estava agitado por ventos fortíssimos que, inclusive, apagara a tocha. Sem seu ponto de referência, Leandro acabou engolido pelo mar bravio e seu corpo foi dar aos pés da torre de Hero. Esta, ao ver seu amado morto, joga-se do alto e morre nas rochas da encosta. Tinha ido em busca de seu amado na morte.
Essa lenda antiga foi inspiração para que um aristocrata inglês resolvesse atravessar a nado o estreito de Dardanelos em 1810. Precisou de pouco mais de uma hora para romper o mar de águas profundas.
O feito impulsionou o avanço da natação como esporte e entretenimento na Europa daquela época.
E no Brasil, um Esporte Mágico
Apesar de que somente nas duas últimas décadas o Brasil tenha começado a se destacar no esporte natação, o país mantém relação de amizade com a prática há muito mais tempo.
Ela chegou por estas bandas em 31 de julho de 1897. Alguns clubes do Rio de Janeiro fundaram a União de Regatas Fluminens, dentre eles, Botafogo e Flamengo. Posteriormente, a entidade foi rebatizada de Conselho Superior de Regatas.
O CSR organizou o primeiro campeonato oficial do país no ano seguinte. A prova escolhida foi os 1500m livre, cuja vitória foi de Abrão Saliture. O CSR alterou o nome novamente, desta feita para Federação Brasileira das Sociedades do Remo, que cumpriu a promessa de fazer campeonato de maior monta. Em 1913, teve provas de 100m e 200m para jovens e 600m para idades maiores, além dos 1500m livre.
A Confederação Brasileira de Desportos tomou para si a responsabilidade de organizar campeonatos a partir de 1914.
O país precisou de mais de duas décadas para aceitar participação de mulheres em provas oficiais. Suas mais fortes representantes foram Maria Lenk e Piedade Coutinho.
História dos Estilos de Natação
Por ser relativamente novo como esporte, não havia regras definidas. Nem mesmo padrão de estilos.
- Nado Peito
Contudo, o francês do séc. XVII, Thevenot, descreveu em um tratado esportivo alguns movimentos muito parecidos com o que hoje se padroniza chamar de nado peito
- Nado Borboleta
Ainda próximo ao Romantismo, os ingleses adotaram movimentos de braços expostos sobre a água alternadamente, as pernas flexionadas e jogadas para trás e o tronco em posição lateral em relação à superfície da água. Décadas depois, o estilo borboleta preferiu movimentar os dois braços simultaneamente por sobre a superfície
- Nado de Costas
No séc. XVIII, o italiano conhecido apenas por Bernardi criou estilo parecido com o que hoje se conhece por nado de costas
- Estilo Crawl
O descendente de australianos, Richard Cavil, seguiu os passos esportivos do pai e do irmão. Inspirou-se em movimentos de aborígenes para perceber a praticidade dos movimentos crawl
Saiba mais sobre os quatro estilos de natação acessando este texto.
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A história avança para os Jogos Olímpicos, nome oficial das olimpíadas. Reservamos esse capítulo para texto que publicaremos em breve.
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